A medicina vem mudando seus próprios conceitos com o passar do tempo, sendo essa uma realidade comum em todo o planeta, mas ainda mais evidente em um país como o Brasil, no qual as relações de trabalho nessa área precisam se aprimorar. Sendo assim, conhecer as formas de remuneração de prestadores de serviço da saúde é muito importante.
Está havendo uma quebra de paradigmas nesse contexto, uma vez que o foco parece estar se deslocando da preocupação imediata da redução de custos para uma estratégia de médio e longo prazo, com ganhos no resultado final. Confira o conteúdo a seguir e aprenda um pouco mais sobre esse tema!
Fatores que elevam os custos das operadoras
Perda de dados e informações
Um dos problemas que fazem com que se elevem os custos das operadoras é o gerenciamento inadequado e a consequente perda de dados que seriam importantes para o seu funcionamento. Isso é ainda mais comum em empresas que não apostam em ferramentas tecnológicas e, nos dias de hoje, ainda utilizam planilhas de papel.
Elas são muito mais voláteis e sujeitas a danos, visto que podem ser rasgadas, danificadas e perdidas. Além disso, são mais facilmente falsificadas, simplificando o trabalho de funcionários inescrupulosos que cometem desvios ou algum tipo de fraude. Com um software de gestão, por exemplo, isso fica muito mais difícil de ser feito.
Atuação profissional inadequada
Outro dos fatores que elevam os custos das operadoras é a atuação profissional inadequada. Isso ocorre não apenas entre os colaboradores internos, mas sobretudo com médicos que trabalham com diferentes empresas e hospitais, não sendo fiéis a nenhum especificamente. Isso despadroniza o seu atendimento e pode gerar situações indesejáveis.
Muitas vezes, eles têm que atender vários pacientes por hora, como uma forma de compensar a baixa remuneração. Com isso, podem acabar solicitando exames e procedimentos em excesso, seja por não dedicarem o tempo suficiente para uma análise clínica aprofundada ou até mesmo por insegurança, especialmente no caso dos mais novos.
Ocorrência de imprevistos
Outra causa que não pode ser menosprezada, embora seja um pouco menos comum do que as anteriores, é a ocorrência de imprevistos que impactam a saúde de um grande contingente de beneficiários. Isso afeta a sinistralidade da operadora, gerando uma série de custos que não estavam planejados pelo orçamento ordinário da empresa.
Entre as situações mais graves desse tipo, estão as calamidades ou catástrofes naturais, que elevam abruptamente o número de usuários que procuram por consultas de emergência e, logicamente, a gravidade dos casos. A internação em leitos de UTI e cirurgias, por exemplo, demandam recursos importantes, elevando os custos das operadoras.
Acreditação de hospitais e clínicas
Em nome da qualidade no atendimento, protocolos rígidos são impostos, com rotinas de exames que nem sempre são as ideais para o caso, dependendo da avaliação médica inicial, e que geram aumento de custos e desperdício de recursos.
Formas de remuneração mais comuns do mercado
Pagamento por serviço
O pagamento por serviço, também chamado de “fee for service”, em inglês, é muito comum entre as operadoras brasileiras. Trata-se de remunerar os prestadores pela quantidade de procedimentos realizados, sem levar em conta a qualidade dos mesmos. Um dos defeitos dessa opção é que o foco está na doença em si, e não nas causas.
Outra falha importante é que, dessa maneira, os médicos podem acelerar o número de consultas e majorar os pedidos de exames, visto que isso é encarado como uma maneira de compensar os baixos valores recebidos. Ao fazer essa escolha, eles impactam os custos da operadora e pioram os resultados finais da assistência prestada.
Pagamento per capita
A modalidade de pagamento per capita, como o próprio nome diz, remunera por pessoa coberta, pagando aos prestadores um valor fixo por mês por todos os serviços. A grande vantagem é que essa quantia pode ser ajustada de acordo com as necessidades específicas de cada usuário, dando um pouco mais de flexibilidade às partes.
A definição dos valores depende dos dados relacionados aos riscos populacionais distribuídos geograficamente, o que pode ser um tremendo problema para empresas que não têm um domínio excelente das informações dos seus beneficiários. Investir em uma base estatística sólida, portanto, é imprescindível para utilizar essa alternativa.
Pagamento por pacote
O pagamento por pacote, também chamado de pagamento por ciclo de doenças, ainda não é tão comum no Brasil, mas tende a ganhar espaço no mercado nos próximos anos. Isso deve ocorrer porque essa é uma escolha mais específica, na qual se remunera mediante um único pagamento por um conjunto de serviços, de acordo com o diagnóstico.
Para trazer mais uniformização, utiliza-se a CID, que é a Classificação Internacional de Doenças e outros problemas de saúde. Com os códigos de cada patologia, pode-se homogeneizar as categorias de problemas, definindo pacotes distintos e individualizados. É preciso ter alguma flexibilidade para fazer ajustes no preço ao longo do processo.
Pagamento por performance
O pagamento por performance é uma das grandes tendências do mercado atual, uma vez que é uma opção que considera não apenas o número de atendimentos ou de exames solicitados, mas também a qualidade dos profissionais envolvidos ao longo do processo e os níveis de satisfação dos pacientes, que são quem gera renda para as operadoras.
É uma escolha muito interessante de ponto de vista do marketing, visto que usuários satisfeitos reforçam a qualidade e a autoridade da empresa no seu segmento. Também é vantajosa se pensarmos em medidas preventivas, considerando que os profissionais estarão preocupados em oferecer um desempenho de excelência, focando menos a própria remuneração.
O que as operadoras estão fazendo para sobreviver?
Logicamente, as operadoras estão tomando atitudes para que sobrevivam nesse mercado, e, definitivamente, a mais importante delas é apostar em tecnologia. Por meio da adoção de um software voltado para esse mercado, é possível quebrar paradigmas e saltar à frente da concorrência, captando e interpretando os dados disponíveis com mais precisão.
Esse tipo de solução centraliza os dados em um só local, facilitando desde o trabalho do administrador, passando pelos funcionários e chegando até os processos de auditoria. É possível também analisar históricos, mensurar o número de cada procedimento e gerar informações valiosas para futuras tomadas de decisão.
Essas são as formas de remuneração de prestadores de serviço da saúde e as maneiras pelas quais essas empresas estão tentando sobreviver nesse mercado tão competitivo.
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